REgistro da oficina Brinquedos, brincadeiras e outros processos mirabolantes realizadas nos projetos: Territórios de Cultura pela Secretaria de Cultura de Santo André, Oficinas Culturais pela Secretaria de Cultura de São Bernardo, Semana Mundial do Brincar pela Secretaria de Política Municipal Integrada pela Primeira Infância, e no Programa de Iniciação Artística PIÁ pela Secretaria de Cultura de São Paulo.
Introdução
“Agachamento é ir ao chão, onde a criança está, mesmo que para apontar outros pontos de vista. Componentes da artisticidade, termo curricular e político, são utilizados para contrapor linguagens artísticas, sendo assim não existem analfabetos em arte, cujos saberes tenham maior valor que aquele da experiência inicial das crianças.” (MACHADO, 2015)
Descrição
Realizar encontros com crianças de 05 a 14 anos, intervindo artisticamente (artes integradas), por meio de brinquedos (construção), brincadeiras (resgate aos jogos: de rua e teatrais) e processos mirabolantes (Menu de arRiscar e espaços de criatividade), com um olhar pedagógico da educação não formal.
A oficina é dividida em quatro partes, não necessariamente um por encontro, podendo se estender de acordo com a necessidade, e acolhimento destes resultados pelas crianças. São eles:
1. Brinquedos e brincadeiras de A a Z - Construção de brinquedos a partir de material reciclado: a preparação, a busca e a escolha dos materiais; a autonomia, criatividade e realização. Resgate às brincadeiras de rua infantis: escolher as brincadeiras, conhecer as brincadeiras mais comuns na comunidade do entorno, pesquisar as que os pais também brincavam e estimular o brincante adulto, reconhecer as brincadeiras coletivas e individuais, outros países e estados também brincam. De adoletá a unidunitê.
2. Artes Integradas - Música: estimulação músico-sensorial até experimentação instrumental e vocal; Plástica: reconhecimento de cores, formas e texturas até a busca do próprio traço; Teatro: autoconhecimento corporal, relacionamento com o espaço e com o outro; Literatura: ler, escutar, conhecer, escrever, narrar.
3. Processos mirabolantes – Desde o espaço criativo a duas curtas oficinas inclusas: Sob seus pés ou das histórias dos seus passos meus é uma prática que trata da inquietação sobre os universos que cada criança existe, que os adultos permeiam; é sobre as diferenças, individualidades e empatia; e Menu de arRiscar é sobre o risco, o medo e o Brincar; a importância do risco, do medo e do brincar na infância. "eutenhomedodomedoquedá". Mia Couto.
4. Biblioteca, livros e leitura - As nomenclaturas das bibliotecas a serem utilizadas como mote propulsor para livros e o imaginário, a leitura e o imagético, que brincadeiras e brinquedos suscitam essas palavras: contação de histórias, teatro de sombras, escrever histórias.
Sobre a oficina.
O momento do recreio | intervalo é o horário onde a criança escolhe com quem brincar, se prefere o silêncio ou as atividades. Neste momento de lazer e de liberdade é que a criança se encontra em seu estado puro de criação, de coletividade. Sendo um dos pilares do desenvolvimento, com jogos e brincadeiras apoiam-se na construção transversal da relação com o outro e a cooperatividade. A educação pelo prazer.
Sobre a brincadeira na biblioteca.
Com espaços destinados atualmente para pesquisas, empréstimos de livros e multimídia. O espaço da biblioteca, lugar de sabedoria e silêncio. A criança, criatividade natural e brincar. A oficina, brinquedos, brincadeiras e outros processos mirabolantes. A busca pelo caminho desta negociação e diálogo neste paradoxo distinto e agregador: a biblioteca, a criança e a oficina. O que é o brincar da criança na biblioteca?
Sobre locais e Menu de arRiscar.
Parques públicos, lugares amplos, com muita vegetação, muito espaço aberto, e muito lugar “arriscado” para a criança. O menu de arRiscar conjectura que não há espaço de risco para a criança brincar, existe uma importância no brincar, no arriscar-se. E neste espaço amplo que por meio de objetos “arriscados” a brincadeira começa.
Contextualização
O direito de brincar da criança e dos adolescentes é garantido no inciso IV do Artigo 16 (capítulo II) do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que insere o ato de brincar como aspecto da liberdade1.
Garantir que a criança e adolescente usufrua dessa liberdade significa incrementar o desenvolvimento infantil e investir na formação de cidadãos ativos e conscientes.
As atividades de arte-educação propostas nesta oficina estão direcionadas à parcela populacional marginalizada, localizada na periferia de acesso aos direitos básicos, significa dizer que as/os beneficiárias/os das oficinas são, preferencialmente, pertencentes a famílias em situação de precarização da vida.