Publicado por: Pulsar Brasil, em: 25/07/2017 - 06:48:20
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O Dia Internacional da Mulher Negra Latino America e Caribenha é celebrado nesta terça-feira, 25 de julho. A data foi criada durante o primeiro Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas que ocorreu em 1992, em Santo Domingos, na República Dominicana e marca a luta e a resistência da mulher negra. No Brasil, também se celebra o dia de Tereza de Benguela, líder quilombola, que se tornou rainha e resistiu à escravidão por duas décadas.
Numa data tão simbólica para o movimento feminista negro, a Universidade Federal da Bahia (UFBA) recebe a professora e filósofa socialista norte-americana, Angela Davis, para a conferência ‘Atravessando o tempo e construindo o futuro da luta contra o racismo’, que ocorre no salão nobre da Reitoria, a partir das seis da tarde.
A palestra é resultado de uma parceria entre o Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (NEIM/UFBA), com a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), que propôs a vinda da ativista e referência mundial nas lutas antirracistas para ministrar o curso Black Feminism, que ocorreu do dia 17 até 21 de julho, na cidade de Cachoeira, no interior da Bahia.
A Pulsar Brasil conversou com a professora Rosângela Araújo, que compõe o Núcleo de Estudo de Gênero da UFBA e é uma das responsáveis pela ida da filósofa Angela Davis à universidade. A pesquisadora, que também é Mestra de Capoeira Angola e uma das idealizadoras do Instituo Nzinga, que desenvolve um trabalho voltado para a pesquisa e difusão da tradição educativa da matriz banto africana, ressaltou que a vinda da ativista norte-americana para o Brasil permite uma troca de experiências das ações de combate ao racismo e também no entendimento de como o Estado contribui para permanência da vulnerabilidade da população negra.
Araújo, que também desenvolve um denso trabalho sobre o feminismo e a Capoeira, destacou à Pulsar o papel crucial do feminismo negro para mudanças sociais profundas. De acordo com a professora da UFBA, o movimento protagonizado pelas mulheres negras é interseccional, ou seja, diz respeito a diversas opressões ligadas a gênero, raça e classe social atingindo de forma completa toda a sociedade.
Porém, as mudanças estruturais necessárias não são possíveis sem as ações afirmativas implementadas pelo Estado. Segundo Araújo, tanto Brasil quanto Estados Unidos vivem uma situação de ‘estrangulamento dos direitos sociais’ com o avanço da direita que incide diretamente sobre a população negra.
As similaridades e diferenças sobre o feminismo negro do Brasil e dos Estados Unidos e os principais desafios pelo direito à vida fazem parte da conferência ministrada pela ativista Angela Davis na UFBA. A transmissão ao vivo do evento pode ser acompanhada pelo canal da TVE Bahia no Youtube. (pulsar)
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