Lívia Duarte, da FASE
A 17ª Conferência sobre Mudanças Climáticas (COP-17), que será realizada em Durban, África do Sul, entre 28 de novembro e 8 de dezembro, não começará com caminho livre em direção a um acordo eficaz para o segundo período do Protocolo de Kyoto. Este tratado é o que indica redução nas emissões de gases que agravam o efeito estufa. As obrigações maiores são para as nações do chamado Anexo 1, ou seja, os países desenvolvidos. É uma questão de justiça climática já que a riqueza deles está atrelada às atividades que levaram à crise do clima.
"Sem avanços no segundo período de compromissos de Kyoto" foi o que anunciou o último informe enviado por Maureen Santos, do Núcleo Justiça Ambiental e Direitos da FASE e Marcelo Montenegro, da Actionaid, sobre o desfecho das negociações pré-Durban. Eles acompanharam as negociações durante a última semana na Cidade do Panamá.
O resultado também pode gerar mudanças na essência do Protocolo de Kyoto. “Isto porque as metas de redução de emissões desapareceram nos debates, sendo substituída por promessas altamente ineficientes e sem nível de ambição nem baseadas em sistema de cortes de cima pra baixo”, escreveram Maureen e Marcelo, que também são membros do Grupo de Trabalho Clima da Rede Brasileira para Integração dos Povos (Rebrip). Dizem ainda que para alguns interessa “A manutenção do Protocolo de Kyoto somente para assegurar o arcabouço jurídico do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL, carbono) não deveria ser defendido, nem sequer negociado, mas sim denunciado”.
Para saber mais, acesse todos os informes da negociação no Vozes do Clima Brasil, o blog da FASE por Justiça Ambiental e Climática.