Meus caros, definitivamente o mundo vive não só um período de mudanças climáticas mas agora também de transformações sociais. Alguém poderia imaginar que cidadãos americanos realizariam protestos veementes contra o poder e cobiça de Wall Street? Ou que o melhor dos mundos que era a Europa iria ruir por conta do gasto execessivo e descontrole de seus governos? Pois é, a partir da falta de financiamento, emprego e sob a perspectiva da perda de um sistema social sólido que garantia uma boa qualidade de vida, europeus estão indo às ruas. Países como Espanha, Grécia, França,Itália estão sendo sacudidos por uma onda inimaginável de protestos.
Só nesta terça-feira (04/10), em Madri mais de 90 mil espanhóis marcharam contra os cortes de verbas ordenados pelos governos nacional e local. Convocado inicialmente por sindicatos, o protesto ganhou mais representatividade pela participação também de estudantes e se converteu na maior manifestação pelo ensino público, em vinte anos.
Já nesta quarta-feira (05/10) na Grécia, a convocação para uma greve geral foi ampliada nas últimas horas. Extra-oficialmente circula a notícia de que a União Europeia e FMI estão cobrando do governo, para liberar uma parcela do pacote de "ajuda" financeira ao país,o fim do salário mínimo. Há alguns meses na Itália, o ministro das Finanças , Giulio Tremonti, chamou a atenção na Europa para o perigo eminente que é a China. Tremonti, que participa pela quinta vez de um gabinete do premiê Sílvio Berlusconi, a Europa está ameaçada por uma verdadeira "colonização inversa", da qual só poderá escapar estabelecendo barreiras alfandegárias, ou seja, protecionismo. Será que agora os EUA e Europa vão aplicar em si próprios, o amargo receituário do FMI imposto a partir dos anos 1990, a países latino-americanos com descontrole orçamentário?