A agência Amazônia Real de jornalismo independente e investigativo, com sede em Manaus (AM), inicia hoje (3) a republicação de reportagens no site da RadioTube. Publicaremos textos, fotos e vídeo sobre as questões da região amazônica e seu povo para garantir a visibilidade e o acesso à mídia. Agradecemos a equipe da RadioTube por esta oportunidade. A primeira reportagem desta parceria é sobre as ameaças aos povos indígenas Karipuna, de Rondônia.
Por Ana Aranda, da agência Amazônia Real Foto: (Foto: Tommasso Protti/Greenpeace)
Porto Velho (AM) – A violência ronda o Território Indígena Karipuna, no norte de Rondônia. De uma frente de desmatamento, localizada no acesso da aldeia Panorama, ouvem-se tiros e o movimento frenético de caminhões e outros equipamentos pesados. Ameaças de morte a lideranças e de extermínio da aldeia correm à boca pequena na vila de União Bandeirantes, a mais frequentada pelos indígenas.
Uma liminar da Justiça Federal, a pedido do Ministério Público Federal, determinou que fosse elaborado um plano de segurança, em junho de 2018. Três operações de fiscalização já foram feitas, incluindo prisões e queima de equipamentos. Mas nada parece impedir a aproximação dos invasores.
“Mandam dizer que vão entrar e queimar tudo. Que é pouca gente que vive na aldeia e que vai ser fácil”, relata o cacique André Karipuna.
Com 54 falantes da língua Tupi-Guarani, os indígenas vivem uma situação de genocídio iminente, de acordo com o procurador da República em Rondônia, Daniel Lobo, que é o autor da ação civil pública de setembro de 2017 que cobrou medidas de proteção para a terra indígena.
A Terra Indígena Karipuna tem 153 mil hectares está localizada nos municípios de Porto Velho e Nova Mamoré, região onde se localiza o Arco do Desmatamento. Os limites naturais do território são com os rios Jacy-Paraná e seu afluente pela margem esquerda, o rio Formoso (a leste); os igarapés Fortaleza (ao norte), do Juiz e Água Azul (a oeste) e uma linha seca ao sul, ligando este último igarapé às cabeceiras do Formoso. O território foi homologado em 1998.
É nesse arco, que rasga de sul a norte da floresta amazônica e se pode ver nas imagens de satélite, que os invasores atuam, recorrendo a redes de comunicação clandestinas, segundo apontaram as investigações do MPF.
A região é marcada por conflitos fundiários e invasões a unidades de conservação, posteriormente legalizadas. Esse precedente costuma ser invocado por políticos, madeireiros e grileiros que se mobilizam para avançar floresta adentro.
Leia a reportagem completa no link: http://amazoniareal.com.br/ameacas-aos-karipuna-nao-cessam-mesmo-com-liminar-que-deveria-protege-los/