Quando pensamos em economizar dinheiro, o primeiro lugar que vem à cabeça é a poupança. De certo, ela oferece praticidade e segurança. Com isso, a caderneta mantém a preferência no Brasil. Tanto é que uma pesquisa feita pela Fecomércio - RJ comprova a tendência.
De acordo com o estudo realizado em 2016 com 1.200 entrevistados de 72 municípios do país, 76% dos poupadores utiliza a poupança como forma de investimento. Contudo, pouco a pouco ela está perdendo espaço. Em 2012, esse percentual estava em torno de 88%.
Parte desse declínio está ligada à recessão econômica vigente e à alta inflação do período. Com isso, a caderneta perdeu rentabilidade, chegando a ficar negativa em 2015. Devido a esses fatores a poupança vivenciou um período de saques intenso.
O fácil acesso ao dinheiro e a ausência de taxas fazem com que muitas pessoas em momentos de crise utilizem a reserva para pagar contas e quitar dívidas. Desde o fim de 2014 até dezembro de 2016, foram cerca de R$ 94,3 bilhões retirados das cadernetas de todo o país.
Segundo dados do relatório do Banco Central do Brasil, a derrocada da poupança se intensificou nos últimos três anos. Em 2015, por exemplo, o único mês do ano em que a captação líquida da caderneta apresentou saldo positivo foi dezembro. No total daquele ano, a captação líquida somou mais de R$ 50,1 bilhões negativos.
Em 2016 não foi muito diferente. A captação líquida somados os meses de janeiro a agosto totalizou mais de R$ 39 bilhões. Apenas em janeiro do ano passado foram menos R$ 9,5 bilhões nas contas brasileiras. O último mês de 2016, contudo, demonstrou leve recuperação. A causa para essa tímida retomada foi principalmente o pagamento do 13º salário.
Em busca de melhores rendimentos e novas formas de ver o dinheiro render de verdade, muitos brasileiros estão migrando da poupança. Enquanto isso, outras modalidades de investimento têm aumentado sua popularidade, como os Certificados de Depósito Bancário (CDB), a Bolsa de Valores e o Tesouro Direto. Este último, inclusive, tem conquistado cada vez mais os Brasileiros.
O Tesouro Direto, programa do governo federal em conjunto com a BM&F Bovespa, bateu recordes de inscritos em 2016. O programa ultrapassou a marca de 1 milhão de investidores e tem tudo para continuar nesta trajetória de sucesso.
A negociação de títulos públicos através da internet tem atraído o interesse dos poupadores brasileiros. A praticidade, segurança e boa rentabilidade são alguns dos fatores que tornam o Tesouro Direto bastante vantajoso.
Neste sentido, fica evidente que os brasileiros estão buscando alternativas para atravessar o momento economicamente turbulento. A busca por investimentos mais rentáveis tem colaborado para aumentar a consciência financeira e o aprendizado sobre economia de norte a sul do Brasil.