Quem viu os noticiários nos últimos dias ficou sabendo do novo corte da taxa Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira. A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) na última semana em baixar os juros em um ponto percentual, para 8,25%, afeta diretamente o bolso de milhões de brasileiros.
Para quem não sabe, a Selic é usada como parâmetro de remuneração de diversas aplicações financeiras. Uma delas, a mais popular de todas, é a poupança. Agora com a redução, a caderneta pode render menos do que antes.
Isso porque, de acordo com uma norma definida há alguns anos, quando a taxa básica de juros atinge o patamar de 8,50% ou menos, o rendimento poupança mensal passa a ser equivalente a 70% da taxa. Nos níveis acima disso, como estava até agora, o cálculo era feito da seguinte forma: o valor da taxa referencial (TR) mais 0,5% ao mês.
Um detalhe importante: essa regra vale para as aplicações feitas após 02 de maio 2012. Ou seja, os depósitos feitos antes dessa data não são afetados pela queda da selic. O governo brasileiro determinou que houvesse essa mudança para evitar que a poupança se tornasse muito mais interessante que fundos de investimento.
Essa intervenção evita que brasileiros migrem em massa dos fundos para a poupança em situações como esta, já que com a selic menor os fundos de investimento se tornariam bem menos vantajosos.
Essa proteção à indústria de fundos é de grande interesse do governo, já que em muitos casos os fundos possuem títulos públicos no portfólio. Assim sendo, sem a norma, o governo também seria prejudicado.
Muitas pessoas estão preocupadas e confusas sobre o que fazer após a mudança. No entanto, a orientação de especialistas continua a mesma: pesquisar bastante e colocar tudo no papel antes de tomar uma decisão.
Alguns profissionais do mercado atentam para o fato de que, mesmo com a nova regra, a poupança pode ser mais atrativa. Esse cenário vai depender especialmente dos objetivos do investidor e o capital que possui. Os fundos de investimento, por exemplo, podem cobrar taxas de administração mais altas, o que pode afetar diretamente o retorno final.
Por ser muito prática e acessível, milhões de brasileiros confiam na caderneta de poupança para manter suas economias. No entanto, nem sempre ela será a melhor opção. A busca por investimentos mais rentáveis tem feito com que novas modalidades ganhem espaço na escolha dos investidores.
Alguns exemplos de investimentos tão seguros quanto a poupança são: Tesouro Direto, CDB, LCI e LCA. Todas estas alternativas possuem características vantajosas que podem trazer retornos melhores que os juros da poupança.
De todo modo, é importante considerar todos os custos e benefícios de cada opção para encontrar aquela que é realmente mais adequada para as expectativas do investidor. Quantias pagas com taxa de custódia, de administração e impostos, por exemplo, podem afetar negativamente o valor final a ser recebido.