A cada mês é nítido o aumento de pessoas endividadas no Brasil. Somente no mês de setembro de 2017, o percentual de famílias endividadas alcançou 58,4%, registrando um aumento de 0,4% na comparação com o índice do mês de agosto.
Além disso, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) mostrou que houve também um crescimento de famílias com dívidas ou contas em atraso. Um aumento de 5,4% do mês anterior, que resultou em 25% de famílias brasileiras com as contas no vermelho em setembro.
Neste mesmo período, a quantidade de famílias que declararam não possuir dinheiro para pagar suas contas ou dívidas em atraso aumentou. Em setembro, este índice cresceu e atingiu 10,3% das famílias, sendo o maior valor já registrado desde janeiro de 2010.
Em parte, este aumento de pessoas inadimplentes se deve ao fato da economia brasileira ainda estar se recuperando da desaceleração que assolou o país recentemente. Por outro lado, um fator que também contribui para este cenário negativo é a dificuldade de parte da população em ter um controle financeiro pessoal. Desta forma, qualquer mudança no panorama, como desemprego por exemplo, afeta fortemente a saúde financeira da família.
Quem possui o hábito de construir uma reserva financeira, consegue usufruir desse dinheiro em caso diminuição da renda da família e consegue arcar com os compromissos durante um tempo sem contrair dívidas. Ou seja, esta reserva permite que a família consiga se manter por um período de tempo, mesmo sem a renda principal.
De acordo com os pesquisadores da Peic, o desemprego é um dos principais fatores para o aumento de dívidas e contas em atraso. O nível de endividamento ainda se encontra moderado, ficando abaixo da média histórica. No entanto, os indicadores de inadimplência da pesquisa se mantêm em alta no país. Entre as principais razões está a taxa de desemprego elevada, que ajuda a explicar a dificuldade das famílias brasileiras em manter as contas em dia.
Além disso, o desconhecimento dos valores a serem pagos na próxima fatura do cartão de crédito também pode gerar um transtorno para a saúde financeira da população. Segundo a pesquisa Peic, este pouco conhecimento dos valores a serem pagos no mês seguinte representa 59% dos inadimplentes, sendo que 40% não possuem conhecimento sobre as parcelas das compras e 35% dos inadimplentes não conseguem fechar o mês com todas as contas quitadas.
Por isso, evidencia-se a importância de conhecer todas despesas e ganhos do mês para saber onde se está gastando mais e onde é possível economizar. E, sabendo ponderar alguns gastos, ficará muito mais fácil sair das dívidas para os próximos meses e evitar ficar com o nome negativado.