As mulheres já conseguiram conquistar importantes espaços. Seja na política, na economia, na educação ou em vários outros setores que já foram dominados pelos homens. Mas a luta por uma maior presença feminina ainda é importante, especialmente quando se fala em mercado de trabalho.
Mesmo com o recente avanço na percepção do potencial feminino, o progresso ainda esbarra em obstáculos. Conciliar vida profissional e maternidade, a disparidade salarial e a falta de oportunidades para progredir na carreira são alguns dos problemas que elas ainda enfrentam diariamente.
Um bom exemplo para ilustrar esses obstáculos é uma pesquisa realizada pela Grant Thornton em 2016. O estudo se propôs a analisar a participação feminina em cargos de liderança ao redor do mundo e contou com a participação de mais de 5 mil pessoas em 36 países.
Os resultados mostram que a proporção de cargos de chefia ocupado por mulheres cresceu, chegando a 24% no último ano. No entanto, no âmbito global os dados não foram muito animadores, já que um terço das empresas ainda não possui mulheres em seu alto escalão.
Surpreendentemente, os países do leste Europeu se destacaram em relação às melhores práticas sobre o tema apresentando uma média acima da global. A região possui 35% das posições de alta gerência ocupadas por mulheres e cerca de 16% das empresas não possuem mulheres em sua composição gerencial.
A Rússia é a primeira da lista dos países com melhor desempenho neste quesito, com 45% de mulheres no alto escalão das corporações. As nações bálticas também seguem na liderança: a Lituânia é a segunda com 39%, seguida por Estônia com 37% e Letônia com 35%.
Todavia, nem todos os países pesquisados têm resultados tão positivos. As nações que compõem o G7 demonstrou leve melhora em 2016 no comparativo com 2012, subindo de 18% para 22% de participação feminina. Mas, por outro lado, ainda possuem quase 40% de organizações sem mulheres em posições de chefia.
Alemanha e Japão, por exemplo, não se saíram bem na pesquisa. Mesmo sob a liderança nacional de Angela Merkel, a maioria das empresas alemãs não possuem presença feminina em seu conselho sênior.
Os japoneses têm um cenário ainda mais preocupante. São apenas 7% de mulheres bem posicionadas e quase três quartos das empresas no Japão com quadro hierárquico majoritariamente masculino.
Na América Latina, também temos muito a melhorar. O Brasil e a Argentina que já tiveram o país chefiado por mulheres apresentaram avanço modesto, mas ainda muito aquém do ideal. A região latina tem mais da metade das companhias sem mulheres na alta cúpula e tem apenas 18% de posições da alta administração ocupados por mulheres.
Pelo que se pode perceber, as mulheres ainda têm um longo caminho pela frente em busca de maior participação no mundo corporativo. Apesar do grande potencial para os negócios, elas ainda são subestimadas e não recebem as mesmas oportunidades que os homens.
Contudo, aos poucos, esse panorama parece estar mudando e ainda há esperança de que logo mais a participação feminina no mercado trabalho seja mais valorizada. Um infográfico chamado “Mulheres poderosas: porque esse é o século delas” ajuda a entender todo o potencial feminino para as finanças.