Por causa da recessão econômica que tomou conta do país recentemente, muitos brasileiros estão apertando os cintos para fazer as contas caberem no orçamento. Contudo, nem todo mundo está conseguindo equilibrar as finanças durante este momento desafiador.
Para se ter uma ideia dos impactos negativos da crise no Brasil, em março de 2016 eram mais de 60 milhões de brasileiros figurando na lista de inadimplência, segundo informações de pesquisa realizada pela Serasa Experian. Correspondendo a 41% da população maior de 18 anos no país, os dados registrados ano passado foram os maiores desde 2012.
A boa notícia, por outro lado, é que este ano a história parece estar aos poucos se revertendo. Segundo levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), o número de consumidores inadimplentes apresentou queda em abril.
A pesquisa estima que no mês passado no Brasil haviam 59 milhões de pessoas negativadas. De acordo com os dados divulgados esta semana, o número representa cerca de 39% da população com idade entre 18 e 95 anos.
Comparando-se anualmente, os valores recuaram 1,6%. A queda em 2017 é a segunda registrada ano a ano desde o início do acompanhamento, em 2010. Entre o fim de 2015 e o início de 2016, houve crescimento de cerca de 5% e, nos meses seguintes, teve início sucessivas quedas. De março para abril, por exemplo, a inadimplência recuou 0,35%.
De acordo com o presidente da CNDL, a desaceleração do número de inadimplentes já vem sendo observada desde o segundo trimestre de 2016. Entre os fatores que poderiam explicar o fenômeno estão a redução da tomada de crédito e o aumento do consumo consciente. Para o presidente da instituição, é provável que os consumidores estejam mais cautelosos na hora de abrir a carteira e estejam vivenciando mais dificuldades de conseguir crédito junto às instituições financeiras.
O levantamento filtrado por faixa etária demonstra que a maioria dos negativados do país tem entre 30 e 39 anos. No mês passado, de um total de 17 milhões de pessoas, quase metade da população nesta idade figurava em listas de proteção ao crédito. Outras faixas etárias também não ficaram muito atrás, sendo que 47,06% correspondeu aos endividados entre 40 e 49 anos e 46,34% foi o percentual dos negativados de 25 a 39 anos.
No que se refere às regiões do Brasil, o Sudeste apresenta a maior concentração de inadimplentes. Os estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro somam 24,9 milhões de consumidores, valor que equivale a 38,17% da população da região.
O Nordeste ficou em segundo lugar, concentrando 15,6 milhões de negativados. Em seguida, vêm as regiões Sul com 8,29 milhões de inadimplentes, Norte com 5,35 milhões e Centro-Oeste com mais de 4,8 milhões de endividados.
De fato, mesmo com as quedas, o número de pessoas tentando descobrir como sair das dívidas e quitar as contas em atraso ainda é significativo. Nestes cenários adversos, a necessidade de manter um bom controle financeiro e uma reserva de emergência mostra sua importância.
Outra forma de evitar as consequências da recessão é fazer bons investimentos. Investir em aplicações mais rentáveis é tão importante quanto poupar. Afinal, a valorização da aplicação poderá salvar o orçamento da família, caso necessário.
A evolução tecnológica tem ajudado a conscientizar os brasileiros da importância de investir mais e melhor. O Tesouro Direto, por exemplo, tem conquistado adeptos de todo o país e grande parte disso se deve à facilidade de adquirir títulos públicos através da internet.
O interesse pelo programa é tanto que ele já conta com mais de 1,3 milhão de participantes inscritos. A quantidade de pessoas interessadas e que, de fato, decidiram investir no Tesouro Direto chegou a um percentual acima de 85% nos últimos doze meses, de acordo com informações oficiais divulgadas pelo Tesouro Nacional.
Se a poupança vem perdendo espaço, outro motivo é o crescimento de investidores na Bolsa de Valores. Apesar de até pouco tempo ter sido tomado como algo exclusivo de pessoas com alto poder aquisitivo, investir em ações vem se tornando uma atividade cada vez mais comum.
Em 2002, o número de pessoas investindo na BM&F Bovespa era de aproximadamente 85 mil. Agora em 2017, contudo, esse valor cresceu quase sete vezes. Este ano a Bolsa brasileira registrou até agora mais de 575 mil investidores. Esse aumento expressivo também impactou positivamente no volume financeiro negociado diariamente. Em 2017, houve recorde registrado de R$ 7,19 bilhões, correspondendo ao maior valor já registrado pela Bolsa no país até hoje.