O fenômeno de crescimento dos Bitcoins tem atraído a atenção de vários brasileiros. Com a forte onda de negociações da criptomoeda, muitas pessoas resolveram entrar neste mercado.
Em dezembro de 2017, as três maiores corretoras de Bitcoins do Brasil possuíam mais de 1,4 milhão de cadastros. Para se ter uma ideia, o número representa mais do que o dobro de pessoas físicas cadastradas na B3, a Bolsa de Valores brasileira.
A valorização expressiva, especialmente no ano passado, pode ter motivado muitas pessoas a se interessarem por Bitcoins. A criptomoeda chegou a uma valorização de mais de 1000% em 2017. Segundo a CoinDesk, o valor de mercado dos Bitcoins está na casa dos US$ 136,6 bilhões.
Com estes números, não há como não voltar os olhos para a moeda virtual. Desde que surgiu em 2009, muitas pessoas conseguiram obter lucros altíssimos e acumularam fortunas com Bitcoins.
O motivo de ganharem tanto dinheiro é simples: na época de seu surgimento, cada Bitcoin custava apenas alguns centavos de dólar. Atualmente, cada moeda já chegou a valer mais de R$25 mil. Quem comprou essas moedas há alguns anos por uma valor extremamente baixo, hoje celebra lucros altíssimos.
No entanto, nem tudo são flores quando o assunto é o mercado de criptomoedas.
2 alt=": 1.38; margin-top: 10pt; margin-bottom: 10pt; text-align: justify;" dir="ltr">RegulamentaçãoMuitas pessoas têm se sentido tentadas a investir em Bitcoin devido à sua repercussão. Mas é preciso se atentar a um detalhe importante: a regulamentação. Não se pode entrar em nenhum mercado no escuro. É preciso entender a fundo seu funcionamento antes de investir dinheiro.
Apesar de serem negociados em uma rede muito segura, chamada blockchain e protegida por criptografia, os Bitcoins não são regulamentados no Brasil. Isso quer dizer que os órgãos financeiros do país não reconhecem a moeda. Inclusive, existem instituições financeiras que já se posicionaram contra alguns tipos de negociação de Bitcoins.
A própria Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão responsável por regular o mercado de capitais do Brasil, não autorizou a compra direta de moedas virtuais, como o Bitcoin, por fundos de investimento regulados e registrados no País.
Resolver uma ocorrência, seja com Bitcoins ou com qualquer outro investimento não regulamentado, pode não ser uma tarefa simples. Por isso, é preciso agir com cautela para proteger seus recursos.
2 alt=": 1.38; margin-top: 10pt; margin-bottom: 10pt; text-align: justify;" dir="ltr">O medo da bolha financeiraUm grande medo dos brasileiros com relação aos Bitcoins tem a ver com um fenômeno chamado bolha especulativa, também conhecida como bolha financeira ou bolha econômica.
Até o presidente do Banco Central do Brasil, Ilan Goldfajn, já demonstrou sua preocupação afirmando que o cenário atual de Bitcoins parece uma bolha. Para Goldfajn, muitas pessoas investindo na moeda e obtendo grandes retornos num curto espaço de tempo pode atrair mais investidores e fazer com que a cotação dos Bitcoins suba ainda mais.
Caso a bolha realmente ocorra, uma parcela de investidores pode acabar no prejuízo. Foi o que aconteceu com a Mania das Tulipas, no século XVII na Holanda. As Tulipas se tornaram uma mercadoria tão apreciada que chegaram a ser negociadas em muitas Bolsas holandesas. Até que em 1637, os preços caíram e as vendas movidas pelo pânico começaram. As tulipas passaram a valer apenas uma fração do que valiam antes e muitas pessoas ficaram no prejuízo.
Tanto o presidente do Banco Central do Brasil, quanto uma grande parcela do mercado, temem que o mesmo venha a acontecer com Bitcoins. Não se pode afirmar que a moeda virtual é realmente uma bolha financeira e que seu destino será o mesmo das tulipas holandesas. Mas seu futuro é incerto.
Para quem pretende investir em Bitcoins, a orientação de profissionais do mercado, é não aplicar todo o dinheiro apenas na moeda. Isso pode ajudar os investidores a minimizar o risco e se resguardar caso a história dos Bitcoins termine como a das tulipas.