Por Laís Soares, voluntária da Cobertura Colaborativa
A comunicação livre como ferramenta para a educação infantil: esse é o objetivo que norteia do projeto Boquinha de Rua, iniciado em 2002, como parte do Jornal Boca de Rua, uma publicação feita e vendida por pessoas em situação de rua na cidade de Porto Alegre. E no 16º Fórum Internacional de Software Livre o projeto se transformou em “Boquinha Livre”, e veio apresentar nestes quatro dias de evento um “Mundo de Cabeça para Baixo”.
O Boquinha é formado por um grupo de 15 crianças e adolescentes em situação de risco social, que participam de oficinas lúdicas e educativas trimestralmente. O tema trazido para o FISL16 surgiu após a curiosidade instigada nas crianças participantes ao verem a ilustração do artista plástico uruguaio Joaquín Torres García, um mapa da América do Sul com os polos invertidos. “Elas nos questionaram sobre a inversão do mapa, alegando que estaria errado. Nosso retorno foi perguntar o que mais estaria invertido no cotidiano delas”, explica a coordenadora do Boquinha de Rua, Maria Margareth Rossal.
Durante o FISL, as crianças estarão produzindo dois mapas, um físico, para exposição, e um digital, através de uma parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que trouxe para o estande “Fislinho” computadores adequados para as idades dos participantes. “Trabalhamos a liberdade, justiça e outros assuntos que circundam o tema software livre, por isso a importância desta exposição aqui no Fórum”, completa Maria Margareth.
Os projetos do Jornal Boca de Rua e Boquinha de Rua são uma iniciativa da Ong Alice, Agência Livre para Informação, Cidadania e Educação. O resultado final da atividade realizada no 16º FISL será exposto no último dia de fórum e estará disponível no site da Ong: www.alice.org.br.
Fonte: http://softwarelivre.org/fisl16/noticias/o-mundo-de-cabeca-para-baixo-do-boquinha-de-rua