A compra de um novo terreno no município de Rio Doce, em Minas Gerais, pela mineradora Samarco tem preocupado moradores e a prefeitura local pelo possível impacto de novas intervenções na cidade. O território da Fazenda Floresta, que foi adquirido pela empresa por três milhões e 400 mil reais, deverá receber obras para o contingenciamento dos rejeitos da mineração da hidrelétrica de Risoleta Neves (Candonga).
A região recebeu grande parte da lama que vazou na cidade mineira de Mariana, após o rompimento da barragem de Fundão, que destruiu moradias e matou 19 pessoas em novembro do ano passado.
O novo terreno da Samarco estaria próximo à comunidade de Santana, região rural do município, e teria capacidade de comportar até cinco milhões de metros cúbicos de rejeitos, dos aproximadamente 10 milhões de metros cúbicos vazados.
Para Thiago Alves, da coordenação estadual do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), as intervenções da Samarco, ainda que em pequena escala, colocam em risco a qualidade da água do município e o manancial de Rio Doce.
Para os moradores,”as obras emergenciais têm impactos definitivos”. Thiago acredita que a mineradora impõe ao território modelos de solução ambiental autoritários e consegue flexibilização e autorização dos órgãos ambientais com o discurso da urgência. O MAB reivindica participação popular e acesso às informações da empresa, afim de que a população possa debater se quer ou não uma nova barragem dentro do município. O movimento quer uma reunião aberta para que sejam esclarecidas as dúvidas sobre a construção da nova obra. (pulsar/brasil de fato)