O chanceler uruguaio, Rodolfo Nin Novoa, disse que o ministro das Relações Exteriores brasileiro, José Serra, tentou “comprar o voto do Uruguai” ao pedir que não transferisse a presidência pró-tempore do Mercosul à Venezuela.
Na visita ao país vizinho no início de julho, Serra esteve acompanhado do ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso para uma reunião com o presidente uruguaio Tabaré Vázquez.
Em entrevista coletiva de imprensa, Serra afirmou que o Brasil faria uma “grande ofensiva” comercial na África e no Irã e queria que apenas o Uruguai, entre todos os outros países do Mercosul, participasse como “sócio”. Para tanto, o Uruguai deveria suspender a transferência da Presidência rotativa do bloco, o que a nação cisplatina não fez.
O ministro ainda disse que Montevidéu entende que a “Venezuela é o legítimo ocupante da presidência pró-tempore, portanto, quando convocar uma reunião o governo uruguaio irá. Se os outros não forem, a responsabilidade será deles”.
Para Novoa, Brasil, Paraguai e Argentina — que não reconheceram a Venezuela à frente do bloco — querem “fazer bullying” contra o país. O ministro uruguaio ponderou que o impasse pelo cargo do Mercosul não poderá se repetir em dezembro, quando a Venezuela terá que passar a presidência para a Argentina. (pulsar/opera mundi)