Vinte e sete deputados do Parlamento Europeu enviaram na última sexta-feira (27) um pedido para que a União Europeia suspenda todas as negociações com o Mercosul. O motivo seria a “falta de legitimidade” do atual governo brasileiro, liderado pelo presidente interino Michel Temer (PMDB). O documento foi enviado a Federica Mogherini, alta representante da União Europeia para a Política Externa. Segundo o site Sputnik News, no domingo (29) a proposta já contava com o endosso de 36 dos cerca de 700 eurodeputados.
Os eurodeputados afirmam que não há acusação de crime que justifique o afastamento da presidenta Dilma Rousseff e classificam o processo de impeachment de “ruptura institucional”. Eles dizem “compartilhar a preocupação expressada também pelo secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) e pela Unasul sobre a severa situação na qual Dilma Rousseff foi condenada por um Congresso doente de corrupção e claramente orientado por obscuras intenções” e pedem que a União Europeia dê “total apoio para a restauração da ordem democrática no Brasil”.
Para a deputada portuguesa Marisa Matias, do Bloco de Esquerda (BE), uma das signatárias do documento, “um acordo comercial não pode ser negociado com um governo sem legitimidade democrática como é o governo atualmente em funções no Brasil”. A iniciativa, segundo Matias, não é apenas simbólica, pois vai obrigar a União Europeia a tomar uma posição.
Também assinam a carta o deputado espanhol Xabier Benito Ziluaga, do Podemos, primeiro vice-presidente da Delegação do Parlamento Europeu para as Relações com o Mercosul, e vários deputados do Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde e dos Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia. (pulsar/opera mundi)