O Instituto Nacional do Câncer (Inca) condenou o uso de agrotóxicos em documento técnico lançado na última semana. Seguindo evidências científicas e tendo como base recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o instituto elaborou o “Posicionamento público a respeito do uso de agrotóxicos”. Nele, além de alertar para os riscos do uso dessas substâncias, o Inca pretende fortalecer iniciativas de regulação e controle, além de incentivar alternativas agroecológicas, ou seja, a produção e o consumo de alimentos orgânicos.
De acordo com o coordenador de Ensino do Inca, Luiz Felipe Pinto, o Brasil é o país que mais utiliza pesticidas e esse aumento deverá ser sentido em alguns anos.
Para o produtor de orgânicos Alcimar Espírito Santo, existe atualmente a necessidade de libertar o agricultor familiar do modelo dominante de cultivar os alimentos, que utiliza o agrotóxico em larga escala. Ele acredita que para isso, é preciso resgatar práticas ancestrais, utilizadas pelos antigos agricultores.
Já o nutricionista do Inca, Fábio Gomes, afirma que a presença de resíduos de agrotóxicos não ocorre apenas em alimentos in natura, mas também em produtos processados. Segundo Gomes, o agrotóxico presente no nosso organismo tem a capacidade de aumentar o risco de câncer de mama, linfomas, câncer no fígado e vários outros, por conta da alteração que ele pode provocar nas nas células.
O documento está disponível no site www.inca.gov.br. (pulsar/brasil de fato)