Mesmo com ordem de reintegração de posse expedida no último dia 6 de setembro, a ocupação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), no bairro Planalto, na cidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo, só cresce. Atualmente, seis mil e 500 famílias estão acampadas no local.
Nesta quarta (13), uma grande manifestação foi realizada no local da ocupação. O objetivo, segundo Maria das Dores Cerqueira, da coordenação nacional do MTST, é conseguir uma audiência com o prefeito Orlando Morando, do PSDB, para tratar da condição das famílias. Com o agravamento da crise econômica, os trabalhadores que vivem no local não conseguem pagar aluguel. O prefeito, no entanto, se negou ao diálogo.
A militante considera que a negativa do prefeito de dialogar com os manifestantes demonstra a forma como a gestão tucana vê o problema social de falta de moradia. Para tentar reverter o pedido de reintegração de posse, o MTST entrou com recurso na Justiça.
A reintegração de posse foi autorizada pela 7ª Vara Cível de São Bernardo após pedido da empresa MZM Incorporação, proprietária do terreno. De acordo com Cerqueira, a empresa já havia sido notificada pelo poder público há três anos porque o terreno, de cerca de 70 mil hectares, estava abandonado, ou seja, não cumpria nenhuma função social.
Para Maria das Dores Cerqueira, “A vontade política consegue fazer inúmeras coisas, uma delas é ajudar a sanar o problema de déficit habitacional, que é de mais de 90 mil pessoas em São Bernardo que não têm moradia”.
A dirigente ressalta ainda o temor de que uma ação violenta da polícia ocorra no local. (pulsar/brasil de fato)