O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) divulgou uma nota nesta segunda-feira (4) em que repudia a indicação do coronel reformado Roberto Sebastião Peternelli, ex-candidato a deputado federal pelo Partido Social Cristão (PSC), para o cargo de presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai).
A entidade demostra preocupação com a condução das políticas públicas para os povos originários com a nomeação de Peternelli. Segundo o Cimi, a entrada do coronel reformado aponta para “o retorno do alinhamento do Estado brasileiro ao militarismo integracionista, a exemplo do que ocorreu durante a ditadura militar, quando mais de oito mil índios foram mortos, conforme demonstrado pela Comissão Nacional da Verdade”.
Na carta, o Cimi ainda destaca que Peternelli é vinculado à bancada do fundamentalismo religioso que apoia diretamente o interesse ruralista. A entidade também demostra preocupação com as consequências do decreto 8785/16 e da portaria 611/16, que foram assinadas no dia 10 de junho pelo presidente interino Michel Temer e pelo Ministro da Justiça, Alexandre de Morais, que afetam o funcionamento da FUNAI e do Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI). A entidade afirma que os cortes precarizam ainda mais o serviço básico prestado à população indígena.
De acordo com a instituição, “a inanição do órgão indigenista, a desassistência absoluta e o aumento dos despejos forçados contra povos indígenas são algumas das consequências potenciais decorrentes dessas graves medidas administrativas do Governo Temer relativamente aos povos indígenas.” (pulsar)
*Informações da Assessoria do Cimi