Um estudo divulgado na última segunda-feira (3) revelou que todos os países do mundo estão longe de atingir as metas globais de igualdade de gênero até 2030, estipuladas por um acordo internacional assinado por vários líderes mundiais em 2015.
Há quatro anos, a iniciativa Metas de Desenvolvimento Sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas), criada para promover esforços globais de combate à pobreza e à desigualdade, estabelecia objetivos para melhorar as condições de vida de bilhões de meninas e mulheres em todo o mundo.
O novo estudo, que avaliou 129 países em dezenas de metas como educação, saúde, trabalho e violência, revelou a falta de iniciativas dos governos em todo o mundo para atingir a igualdade de gênero.
O índice avalia os países em notas de zero a 100 – com 100 significando que a igualdade de gênero foi atingida –, levando em conta 51 objetivos em 14 das metas. Essas metas se referem especificamente à igualdade de gênero ou a temas que afetem de maneira desproporcional meninas e mulheres, como o acesso delas a internet ou a fontes seguras de água.
Apenas 21 países tiveram índices superiores a 80. No topo do ranking estão Dinamarca (89,3), Finlândia (88,8) e Suécia (88,0). Por outro lado, as maiores desigualdades foram registradas no Congo (44,0), República Democrática do Congo (38,2) e Chade (33,4).
Quase 40 por cento (um bilhão e meio) das mulheres e meninas de todo o mundo vivem em países de desempenho avaliado como “muito ruim”, e outras um bilhão e meio, em países categorizados como “ruim”. Ou seja, quase três bilhões residem em nações que não fazem o suficiente para melhorar a vida delas.
O Brasil, com nota 62,8, está na posição 77, atrás de nações como a República Dominicana, Namíbia e China. O país tem uma das maiores proporções de relatos de mulheres que se sentem inseguras para andar à noite nas ruas. Por outro lado, as brasileiras estão entre as mais satisfeitas com as medidas de planejamento familiar adotadas em seus países.
Apenas oito por cento das meninas e mulheres vivem em países avaliados como “bom”, sendo que nenhuma nação em todo o globo atingiu o nível “excelente”. A média global dos países, segundo o índice, ficou no nível “ruim”. (pulsar/carta capital)