Homens, negros e jovens são as principais vítimas de homicídio doloso por parte da polícia. Essa é a principal conclusão de estudo lançado na última quinta-feira (17) por Samira Bueno, socióloga e diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança.
A análise foi feita com base em três mil 107 registros de 20 municípios do estado de São Paulo entre 2013 e 2016. Além disso, a pesquisadora entrevistou 16 ex-policiais militares do Presídio Militar Romão Gomes, na capital.
No período compreendido pela pesquisa, 67 por cento dos mortos por policiais eram pretos e pardos, e 16 por cento tinham menos de 17 anos.
A pesquisa revelou que 6,1 adolescentes foram mortos por agentes de segurança pública para cada mil jovens apreendidos. Entre os adultos, o número é de 3,4 mortos a cada mil presos.
O estudo aponta ainda que, enquanto mortes praticadas por policiais crescem, as mortes de policiais seguem em queda. Em 2016, foram 856 pessoas mortas pela polícia; em 2017, o número subiu para 943. Já o número de policiais mortos caiu de 80, em 2016, para 60, em 2017.
A pesquisa de Samira Bueno fez parte de sua tese de doutorado na Fundação Getúlio Vargas (FGV) e leva o nome. “Trabalho sujo ou missão de vida? Persistência, reprodução e legitimidade da letalidade na ação da Polícia Militar de São Paulo”. (pulsar/brasil de fato)