Movimentos sociais, sindicais e ambientais deram o pontapé inicial na última segunda-feira (5) para a criação do Fórum Alternativo Mundial da Água (Fama 2018), que pretende se contrapor ao Fórum Mundial da Água (FMA), previsto para ocorrer em março do ano que vem, em Brasília. Para os representantes da sociedade civil, o fórum oficial, chamado por eles de “fórum das corporações”, é pautado pela lógica da mercantilização dos recursos hídricos em todo o mundo.
O objetivo é, ao mesmo tempo da realização do FMA, reunir entidades da sociedade civil, de defesa do meio ambiente, de representação sindical e movimentos sociais, para promover oficinas, seminários e debates, dando conta da importância da água como um direito, em oposição a essa concepção mercantilista.
O Fórum Alternativo denuncia que, com o mercado, o acesso à água e ao saneamento são limitados, a distribuição é desigual, agravando, em diversos casos, o cenário de escassez dos recursos hídricos, desrespeitando resoluções das Organizações das Nações Unidas (ONU).
Segundo a ONU, cerca de 663 milhões de pessoas no mundo não têm acesso a fontes adequadas de água, 946 milhões realizam a defecação ao ar livre e a “água poluída é mortal para crianças severamente desnutridas, assim como falta de comida”. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alerta que mais de 800 crianças com menos de cinco anos morrem todos os dias de diarreia associada à falta de água e de higiene.
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), aCUT (Central Única dos Trabalhadores), a Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental (FNSA) e a Internacional de Serviços Públicos (ISP) são algumas das entidades que integram a coordenação nacional do Fórum Alternativo Mundial da Água (Fama 2018). (pulsar/rba)