A mineradora Vale foi condenada na última terça-feira (9) pela primeira vez em um processo referente ao rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais, ocorrido em 25 de janeiro. Quase seis meses após o crime socioambiental que deixou 248 mortos, o juiz da 6ª Vara de Fazenda Pública e Autarquias de Belo Horizonte (MG), Elton Pupo Nogueira, manteve o bloqueio de 11 bilhões de reais da mineradora e autorizou que metade desse valor seja substituído por garantias financeiras como fiança bancária ou investimentos.
A Vale pedia a substituição integral do bloqueio, mas o juiz argumentou que o valor é menos da metade do que a mineradora lucra em um ano de atividades, e por isso não afetaria seu desempenho econômico. Em 2018, o lucro informado pela empresa foi de aproximadamente 25 bilhões de reais.
O magistrado não fixou um valor a ser pago pela empresa, uma vez que os cálculos sobre os danos ainda estão em andamento.
Ao todo, foram despejados 13 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério sobre Brumadinho, atingindo inclusive o rio Paraopeba, que abastece a região metropolitana da capital mineira.
A mineradora também responde a um processo no Tribunal Regional do Trabalho. Na esfera trabalhista, já foi determinado o bloqueio de um bilhão e 600 milhões de reais para garantir as indenizações dos trabalhadores e familiares, mas não houve condenação até o momento. (pulsar/brasil de fato)