Na manhã desta quarta-feira (27), na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o governo federal realizou o leilão de quatro hidrelétricas (São Simão, Jaguara, Miranda e Volta Grande) da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Com um potencial de geração de dois mil 922 MegaWatts (MW), o controle das usinas foi cedido a três grupos econômicos estrangeiros por um período de 30 anos. No total, foram arrecadados cerca de 12 bilhões de reais, que serão utilizados para garantir a meta fiscal do governo, que prevê um déficit de 159 bilhões em 2017.
No final de 2012, a Cemig teve oportunidade de renovar a concessão das hidrelétricas por meio da Medida Provisiória 579, de autoria da então presidenta Dilma Rousseff (PT). A medida condicionava a renovação automática por mais 30 anos de hidrelétricas com contratos de concessão em vencimento à diminuição da tarifa de energia elétrica. Entretanto, o então governo de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), decidiu não aderir à proposta.
De acordo com Joceli Andrioli, integrante da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), este leilão representa uma entrega de patrimônio público ao capital financeiro. Ele afirma que todas essas hidrelétricas já foram pagas por meio da conta de luz da população durante 30 anos ou mais. Agora, estão entregando essa riqueza do povo aos banqueiros.
Paralelamente ao leilão em São Paulo, centenas de pessoas se reuniram em frente a sede da Cemig, em Belo Horizonte, Minas Gerais, para protestar contra a privatização das hidrelétricas. Esse grupo, que reúne diversos movimentos sociais e sindicais, já havia realizado protestos durante o mês de agosto nas barragens das hidrelétricas de Miranda e São Simão. (pulsar/mab)