O Dia da Consciência Negra, celebrado nesta quarta-feira (20), em memória à luta de Zumbi dos Palmares, foi marcado por manifestações em defesa dos direitos das população negra em diversas cidades brasileiras.
Em São Paulo, a 16ª Marcha da Consciência Negra percorreu um trajeto do Masp (Museu de Arte de São Paulo), até o Theatro Municipal, no Anhangabaú, um local histórico para o movimento. Foi lá, em 1978, que foi fundado o Movimento Negro Unificado (MNU), durante a ditadura militar.
Esta edição da marcha teve o lema: “Vida, liberdade e futuro, contra o genocídio do povo negro”. Segundo uma das organizadoras, a militante do MNU Simone Nascimento, neste ano a marcha foi construída com perspectiva de afirmar um novo projeto de sociedade. “Uma sociedade de direitos e oportunidades para a população negra, que tem sido vítima de um processo genocida”, explicou.
Flavio Jorge, membro da executiva nacional da Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen), ressaltou a importância do ato em um contexto de ascensão conservadora.
“Essa é a primeira marcha que a gente realiza em um governo de extrema direita. Esse governo, nós já sabíamos, vai tornar mais difícil a vida da população negra”, assinalou. Ele frisou a unidade alcançada pelas entidades que organizaram o ato e afirmou ser esse um indício da forma como o movimento deve enfrentar o momento adverso.
No interior do estado, também houve marchas em Campinas, Jundiaí e Santos. No Rio de Janeiro, os manifestantes se reuniram pela manhã sob o viaduto Negrão de Lima, em Madureira, para a 8ª Marcha da Periferia do Rio de Janeiro. Muitas outras cidades registraram atos em todo o País, entre elas Florianópolis, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre. (pulsar/brasil de fato)