Na última quinta-feira (22), o governo da Noruega anunciou um corte de 50 por cento no dinheiro enviado ao Brasil para enfrentar o desmatamento na Floresta Amazônica. O anúncio foi feito no primeiro dia da visita do presidente Michel Temer ao país nórdico. A Noruega já havia manifestado sua insatisfação com o governo brasileiro devido ao aumento do desmatamento na Amazônia, que após anos de queda, teve um aumento de 58 por cento em 2016, segundo estudo da Fundação SOS Mata Atlântica e do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
A Noruega é o maior doador do Fundo Amazônia, instituído em 2008 para captar recursos para ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento e para promover o uso sustentável da floresta. Desde então, o país já doou quase três bilhões e reais, valor mais de 45 vezes maior que o da segunda colocada na lista, a Alemanha, com cerca de 61 milhões, de acordo com dados disponíveis no site do Fundo da Amazônia.
O contrato entre a Noruega e o Bndes (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), responsável pelo fundo, não prevê limite máximo de recursos, mas diz que o dinheiro será usado em projetos até 2020. Pelo acordo, o valor dos repasses noruegueses estaria atrelado à taxa de desmatamento brasileira.
A Noruega também já havia mostrado preocupação com a aprovação pelo Congresso de duas medidas provisórias que reduziam a área de proteção ambiental na floresta, ambas vetadas por Temer dias antes do início de sua visita oficial ao país. (pulsar/opera mundi)