No dia 31 de outubro, centenas de famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocuparam uma área abandonada há décadas, próximo ao bairro Jardim Catarina, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro. Já na madrugada deste domingo (2), a ocupação Zumbi dos Palmares sofreu uma tentativa de incêndio, que foi controlada pelos próprios ocupantes e permanece com sua autoria desconhecida.
São Gonçalo tem cerca de um milhão de habitantes, sendo que mais de 10 por cento da população não tem acesso à moradia, direito constitucional. O MTST pretende com essa ocupação demonstrar a lógica das grandes cidades que prejudica diretamente os trabalhadores mais pobres e pressionar o Estado a garantir moradia digna para a população que sofre com este problema.
As famílias que participam da ocupação alegam sofrerem com aluguéis abusivos e com a especulação imobiliária, principalmente por causa do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj) e da possível chegada da Linha 3 do metrô. De acordo com Vitor Guimarães, integrante da coordenação do movimento, a ocupação é uma mensagem para o governo para providenciar moradia para pessoas que não têm condições de pagar aluguel na região.
Para o coordenador do MTST, Guilherme Simões, o incêndio teria sido criminoso, porque há muita intolerância à luta pela moradia. Simões ainda lembra que o movimento lançou a campanha ‘menos ódio, mais moradia’ para chamar atenção para esta luta. Segundo Simões, o terreno ocupado tem aproximadamente 60 mil metros quadrados e há informações sobre o proprietário da área no cartório de imóveis da região.
No fim da tarde deste domingo foi realizado um ato público no terreno, de apoio à iniciativa do MTST, com participação de sindicalistas e representantes de outros movimentos sociais do Estado. A expectativa dos ocupantes é que um diálogo com a prefeitura comece já nesta segunda-feira. Segundo eles, ainda não houve comunicado oficial do poder público. (pulsar/página do mtst)