A sobrecarga de trabalho não remunerado prejudica a participação das mulheres na tomada de decisões, o avanço de suas carreiras e suas possibilidades ocupacionais. Entre as consequências de tudo isso está redução de suas rendas e suas perspectivas de acesso à proteção social. Esta é a principal conclusão de um informe da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), que avalia duas décadas de políticas de igualdade de gênero na região.
De acordo com o documento, quase 48 por cento das mulheres latino-americanas e caribenhas que trabalham atuam em empregos de baixa produtividade, com escassa proteção social e salários precários. Além disso, a taxa de atividade econômica feminina na América Latina é de apenas 49,8 por cento, e uma em cada três mulheres não conta com rendas próprias. O estudo revela ainda que o tempo que as mulheres dedicam ao trabalho não remunerado é pelo menos o dobro do que o que dedicam os homens para esse tipo de tarefas.
Segundo a secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena, nos últimos 20 anos não se modificou a estrutura do mercado de trabalho e os custos da participação trabalhista têm sido assumidos de maneira individual pelas mulheres. Neste sentido, Bárcena acredita na necessidade de fortalecer os caminhos de autonomia econômica das mulheres, assim como de consolidar as conquistas na autonomia física e na tomada de decisões. (pulsar/adital)