Cerca de 100 filmes de dez estados que contam com a participação de negrosem pelo menos uma área técnica da produção estão disponíveis no Afroflix, plataforma de pesquisa online lançada no último dia 17. Os filmes são enviados por seus autores e passam por uma curadoria da equipe do projeto, composta por seis mulheres afrodescendentes.
Apesar do nome, o site tem muitas diferenças em relação ao Netflix. Uma delas é que, enquanto a plataforma internacional disponibiliza filmes via streaming, esta iniciativa não armazena os vídeos, mas linka para sua fonte original. A plataforma reúne filmes que já estão na internet, organizados de forma a facilitar a busca de referências.
A cineasta Yasmin Thayná, idealizadora do projeto e diretora e roteirista de Kbela – O Filme, lançado em 2015, explica que desta forma todas as visualizações são dadas para o próprio realizador.
O site também indica vlogs, programas, séries e videoclipes e não conta com nenhum tipo de financiamento. Todo ele foi produzido por meio da cooperação das participantes do coletivo.
Outras diferenças em relação ao Netflix são a gratuidade e a vontade de enegrecer as narrativas contadas no país. De acordo com Yasmin Thayná, uma pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro aponta que entre o ano 2002 e 2012, ou seja, em dez anos de cinema nacional, não teve nenhum filme dirigido por mulheres negras, nenhum filme escrito por mulheres negras e apenas dois por cento dos filmes produzidos no país são protagonizados por pessoas negras.
A cineasta enfatiza que a ideia não é apenas para negros, por isso basta que haja um em pelo menos uma das áreas de produção do filme. Mas pondera que o principal critério para que o filme seja incluído na curadoria do site é a criação de novas narrativas. (pulsar/brasil de fato)