Após dois dias de debates e reflexões sobre os desafios e graves problemas enfrentados nas aldeias e comunidades indígenas de todo o país, 120 professores indígenas, de 33 povos e 11 estados, decidiram criar uma ferramenta própria do movimento: o Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena. O objetivo é que o Fórum seja um espaço de diálogo, articulação e luta.
Ele é resultado de uma caminhada do movimento dos professores indígenas em nível local, regional e nacional. Nas últimas décadas, os professores indígenas fizeram um importante processo de articulação e organização por regiões e povos. A precarização da educação escolar nas aldeias fez com que se consolidasse um processo de luta tanto por uma educação diferenciada, intercultural multilíngue e comunitária.
De acordo com participantes do encontro, “apesar de uma formação acadêmica sempre maior dos professores indígenas, o que se precisa na verdade é que das universidades saiam guerreiros e não pessoas subservientes ao sistema”.
Foram debatidas as agendas mais importantes do movimento e dos professores indígenas na perspectiva da construção da autonomia e autogoverno.
O I Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena, que ocorreu entre os dias 1º e 3 de dezembro, em Goiás, divulgou ainda uma carta às autoridades brasileiras, que reforça o repúdio à precarização dos direitos indígenas. Os professores aprovaram também um documento contra a PEC 215 e o marco temporal. (pulsar/cimi)