Os bancos contrataram mais do que demitiram em janeiro, abrindo 652 postos formais de trabalho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, em análise feita pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos ). Mas, nessa “troca”, está embutida uma redução de ganhos: o salário médio dos trabalhadores admitidos foi em torno de três e 700 reais, enquanto a média dos demitidos era de seis mil e 500. Assim, o contratado ganha 57,4 por cento do que ganhava o dispensado. Os dados foram divulgados pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
Os números mostram ainda continuidade da diferença de remuneração entre homens e mulheres. De mil 283 trabalhadoras contratadas no primeiro mês do ano, a média era três mil e 100 reais, enquanto a dos mil 316 homens foi de quatro mil e 300. Elas passaram a ganhar 71,8 por cento do salário deles. Entre os demitidos, esse índice chegou a 76,3 por cento.
O saldo de 652 vagas formais representou o melhor resultado para janeiro desde 2016. Foram duas mil 599 contratações e mil 947 demissões no mês. O estado de São Paulo concentrou 64 por cento das admissões e 41 por cento das dispensas. E registrou o maior saldo (588), seguido de Pernambuco (70) e Pará (49). Os piores foram apurados no Rio de Janeiro (menos 49) e no Rio Grande do Sul (menos 33).
O setor conhecido como “bancos múltiplos com carteira comercial”, que inclui as principais instituições, respondeu por 592 vagas, mais de 90 por cento do total. A abertura de postos de trabalho concentrou-se nas faixas de 18 a 24 anos e de 25 a 29 anos. A maior parcela das demissões (267) foi na faixa de 50 a 64 anos, seguida do grupo de 40/49 anos (162). (pulsar/rba)