O coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel, disse na última terça-feira (12) que a categoria fará greve no início de agosto nos campos maduros terrestres da Petrobras, definidos para concessão à iniciativa privada no plano de desinvestimentos da empresa.
Esses campos estão localizados nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe, Bahia e Espírito Santo, e produzem 35 mil barris por dia, representando 2 por cento da produção nacional.
Segundo a coordenadora do Sindicato dos Petroleiros Unificados de São Paulo, Cibele Vieira, a greve deverá ser de cinco dias.
Ao todo, são 98 concessões de produção, mais seis blocos de exploração, totalizando 104 concessões. Rangel destacou que o desmonte da Petrobras começa pelos campos maduros, que são os mais antigos, mas que ainda produzem. Segundo ele, a resistência se dá porque a Petrobras é uma empresa que tem caráter social e não deve ser entregue à iniciativa privada.
De acordo com o sindicalista, a venda desses campos se dá em função da alegada necessidade da empresa de investir suas forças na produção do pré-sal. Rangel afirma que essa venda vai causar um problema social porque as empresas privadas não têm preocupação com a população, não têm remuneração mínima para os trabalhadores e isso vai agravar os problemas sociais. Ele acredita que a maior presença do setor privado na exploração de petróleo aumenta os impactos sociais.
Além das greves nos campos voltados à concessão, os petroleiros vão realizar atos em solidariedade em diferentes pontos contra o início do processo de desmonte da empresa estatal. Na semana passada, os petroleiros realizaram no Norte Fluminense três dias de debates por meio da sexta Plenária Nacional da FUP (Plenafup), na qual aprovaram um calendário de lutas para barrar o desmonte da empresa e a entrega do pré-sal. (pulsar/brasil de fato)