O clima ficou tenso durante a caminhada que professores paulistas, em greve há mais de 40 dias, fizeram na tarde da última quinta-feira (23) pelo centro de São Paulo, quando a Tropa de Choque da Polícia Militar (PM) impediu a passagem do grupo para a região da praça da Sé. Após 40 minutos de negociação com os policiais, os professores decidiram deixar o local. O Sindicato dos Professores no Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) estimou dois mil manifestantes, já a PM falou em 350.
No mesmo dia, mais uma reunião entre professores paulistas em greve e o secretário estadual de Educação, Herman Voorwald, terminou sem acordo. Após a reunião, um grupo de professores tentou ocupar o prédio da secretaria e foi reprimido pela PM com gás de pimenta. Em seguida, os professores saíram em passeata pela região central.
A presidenta da entidade, Maria Izabel Noronha, lamentou que, em mais um encontro com o titular da pasta, não se tenha avançado em uma proposta que garanta a valorização dos docentes. Uma nova assembleia da categoria está marcada para esta sexta-feira (24) no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na avenida Paulista.
A categoria reivindica um aumento salarial de 75,33% por cento. Os professores pedem também a redução do número de alunos por sala para um máximo de 25 estudantes. A estimativa da Apeoesp é que 60 por cento dos professores tenham aderido à greve.
A Secretaria Estadual de Educação disse em nota que foram apresentadas três propostas aos dirigentes da Apeoesp: política salarial pelos próximos quatro anos com data base em 1º de julho; envio de projeto de lei à Assembleia Legislativa para inclusão dos professores temporários na rede de atendimento do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) e redução da exigência de 200 dias de intervalo a partir do terceiro contrato dos docentes temporários. (pulsar/rba)