Um novo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostra que 56 por cento das pessoas que vivem em zonas rurais em todo o mundo não têm acesso a serviços essenciais de saúde. O número equivale a mais que o dobro do registro nas zonas urbanas, onde 22 por cento dos habitantes não têm cobertura. O relatório, que abrange 174 países, revela as grandes disparidades de acesso, sobretudo nos países em desenvolvimento.
O estudo da OIT constata que sempre que o acesso à atenção médica está garantido pela lei, as pessoas nas zonas rurais são excluídas da atenção médica porque a legislação não se aplica onde eles vivem.
O documento mostra ainda que a situação se agrava pela falta de profissionais de saúde nas zonas rurais em todo o mundo e que, ainda que metade da população mundial viva nestas zonas, somente 23 por cento da força de trabalho sanitária do mundo se destina a elas. A organização estima que dos mais de 10 milhões de trabalhadores de saúde que faltam em todo o mundo, sete milhões deveriam ser designados para as zonas rurais.
África e América Latina são as duas regiões onde o problema é mais grave. Na Nigéria, por exemplo, mais de 82 por cento da população rural está excluída dos serviços sanitários por conta do número insuficiente de trabalhadores da saúde, frente a 37 por cento nas zonas urbanas.
A insuficiência de recursos está extremamente vinculada à falta de acesso aos serviços. O estudo da OIT mostra que a falta de recursos econômicos é quase duas vezes mais alta nas zonas rurais do que nas urbanas. Os déficits maiores se encontram na África. No entanto, enormes desigualdades existem também na Ásia e na América Latina. (pulsar/rba)