Desde 2010, a Colômbia se mantém como o sétimo país do mundo em produção de minerais, atrás apenas da Austrália, Canadá, Chile, Brasil, México e Estados Unidos. No entanto, a atividade mineradora, considerada pelo governo como um dos principais eixos de crescimento da economia colombiana, continua descumprindo os convênios da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e apresentando uma série de riscos à saúde e segurança dos trabalhadores.
A mineração ilegal, que representa 60 por cento da produção da Colômbia, já causou a morte de mais de 200 pessoas entre os anos de 2008 e 2011. Em Bogotá, por exemplo, a maioria dos canteiros é ilegal. Só em 2014, morreram mais de 80 mineiros, incluindo a tragédia mais recente em outubro deste ano, na mina da cidade de Amagá, Estado de Antioquia, quando 12 homens ficaram presos após o alagamento de uma área de exploração.
São irregularidades graves e condições preocupantes de saúde e de trabalho, como emprego de mão de obra infantil, foram 200 mil crianças em 2003; falta de equipes e de programas de segurança industrial; ausência de ventilação nas carvoarias; proliferação de doenças e acidentes de trabalho; ausência de engenheiros ou geólogos para dirigirem a saúde ocupacional nas minas; situação de contrabando e escravidão; crescente evasão fiscal; e sérios danos ambientais, principalmente pelo ouro e mercúrio.
A mineração ilegal é suspeita de ser um veículo de lavagem de dinheiro para organizações criminosas na Colômbia. Estima-se que dos 36 bilhões de dólares que circula ilegalmente no país, 10 bilhões sejam oriundos da mineração. As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o Exército de Liberação Nacional (ELN), grupos paramilitares e grupos criminosos emergentes (Bacrim) usariam também a exploração ilegal de ouro e carvão para financiarem suas atividades. (pulsar/adital)