Policiais militares da base policial da Praça Roosevelt, região central de São Paulo, reprimiram manifestação de estudantes contra o projeto Escola sem Partido antes mesmo de o ato ser iniciado e detiveram três adolescentes sob acusação de desacato, por eles estarem cantando palavras pelo fim da PM. Os jovens, dois homens e uma mulher, não tiveram os nomes revelados.
Após a detenção dos estudantes, os PMs voltaram à base, reprimindo quem se aproximava com cassetetes, spray de pimenta e até o lançamento de uma bomba de gás lacrimogêneo. A jovem, de quinze anos, foi arrastada por dois policiais homens. Segundo relatos, em nenhum momento uma policial mulher esteve presente.
Os jovens subiram em seguida para a Avenida Consolação até a altura da Universidade Mackenzie, onde foram surpreendidos pelo efetivo da PM com bombas e balas de borracha. A manifestação passou pelo quarto Distrito Policial, na Consolação, para onde a PM encaminhou os estudantes. No local, o Frei Agostinho, da Missão Eucarística Voz dos Pobres, afirmou que os jovens serão liberados em breve.
Agostinho relatou que, ao chegar no DP, encontrou uma “situação muito triste”. Os três estudantes foram colocados no porta-malas de uma viatura e chegaram algemados. De acordo com o frei, eles relataram que sofreram agressões com tapas, ofensas, golpes de cassetetes e ataques com spray de pimenta. Os policiais que detiveram os estudantes se recusam a dar informações e estavam sem identificação.
Os estudantes seguiram na Rua Coronel Xavier de Toledo, em passeata para a Praça da República, entoando palavras de ordem contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB), o acusando de ser fascista e rechaçando o fechamento de escolas, o que chamam de “reorganização disfarçada”. (pulsar/rba)