O desemprego entre os jovens no Brasil deve atingir no fim de 2017 a maior taxa em 27 anos, com 30 por cento das pessoas de 15 a 24 anos em busca de uma ocupação. Os dados são do estudo Tendências Globais de Emprego para a Juventude 2017, divulgado na última segunda-feira (20) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). A taxa brasileira é mais que o dobro da média mundial, de 13,1 por cento.
O estudo da OIT aponta, ainda, que a juventude representa mais de 35 por cento da população desempregada em todo o mundo em 2017.
O número estimado de quase 71 milhões de jovens desempregados em 2017 é uma melhora significativa em relação ao auge da crise em 2009, quando existiam quase 77 milhões de jovens desempregados no mundo. No entanto, a OIT estima que esse número deve aumentar em mais 200 mil em 2018.
Hoje, entre as mais de 190 economias avaliadas pela OIT, 36 delas têm uma situação pior que a do Brasil para os jovens. Na Síria, por exemplo, a taxa de desemprego nessa faixa é de 30,6 por cento e no Haiti, de 34 por cento.
A queda do crescimento da economia brasileira, a informalidade e as incertezas de investimentos foram responsáveis pelo aumento do desemprego em geral e também entre os jovens.
O estudo da OIT também destaca as vulnerabilidades contínuas das mulheres jovens no mercado de trabalho. Em 2017, a taxa global de participação das mulheres jovens na força de trabalho é 16,6 pontos percentuais menor que a dos homens jovens. As taxas de desemprego das mulheres jovens também são significativamente maiores do que as dos homens jovens. Além disso, a diferença de gênero na taxa de jovens que não estão trabalhando nem estudando ou recebendo treinamento é ainda maior: globalmente, essa taxa é de 34,4 por cento das mulheres jovens, comparado a 9,8 por cento dos homens jovens. (pulsar/carta capital)