Mesmo com a crise brasileira, os principais bancos continuaram registrando lucro crescente e ampliaram ativos. A conta foi paga na outra ponta: enxugaram estruturas fechando agências e eliminaram milhares de postos de trabalho, aponta o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
De acordo com a análise, os ativos das cinco maiores instituições bancárias do país (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco e Santander) somavam em junho mais de seis trilhões de reais, crescimento médio de 5,1 por cento sobre o primeiro semestre do ano passado. O patrimônio líquido subiu mais, 7,9 por cento, atingindo mais de 440 bilhões. E o lucro líquido somou quase 36 bilhões, um montante 27,1 por cento maior. Já o emprego caiu: foram eliminados três mil e 21 postos de trabalho.
O Dieese aponta que “O resultado só não foi pior porque considera a incorporação dos funcionários do HSBC pelo Bradesco. No entanto, após a aquisição, o Bradesco já eliminou 4.779 postos de trabalho, de setembro de 2016 a junho de 2017”.
Com um plano de incentivo à aposentaria, o Banco do Brasil fechou mais de dez mil postos de trabalho no primeiro semestre em relação a igual período de 2016. A Caixa, que também mantém programas de redução de pessoal, cortou 500. Entre os privados, com a exceção pontual do Bradesco, o Santander fechou poco meno de duas mil e 300 e o Itaú Unibanco, 961.
Entre os bancos, o maior lucro, mais uma vez, foi do Itaú Unibanco: mais de 12 bilhões de reais, crescimento de 15 por cento em 12 meses. A maior alta no período foi da Caixa, cujo lucro subiu 69,2 por cento, para pouco mais de quatro bilhões.
Entre junho do ano passado e junho deste ano, Itaú, Banco do Brasil e Santander fecharam 838 agências. Além disso, a Caixa anunciou fechamento de 100 a 120 agências em 2017.
De acordo com o estudo, “O sistema segue concentrando cada vez mais a renda nacional e muito longe de promover qualquer tipo de desenvolvimento”. (pulsar/rba)