Mais da metade da área desmatada na Amazônia brasileira ocorreu em propriedades registradas no Cadastro Ambiental Rural (CAR). O mecanismo, criado pela reforma do Código Florestal em 2012, visava justamente combater a devastação na região. Dos sete mil 989 quilômetros quadrados devastados no ano passado, quatro mil 474 ocorreram em áreas de Cadastro Ambiental Rural (CAR). O número equivale a 56 por cento do total.
O levantamento foi realizado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). A ONG analisou dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) com base em informações do Projeto de Monitoramento do Desmatamento da Amazônia (Prodes), iniciativa vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
Os estados campeões em desmatamento em áreas registradas no Cadastro são Pará, com 68 por cento, e Mato Grosso, com 66 por cento. Rondônia, com 48 por cento; Amazonas, com 43 por cento; Roraima, com 40 por cento; e Acre, com 34 por cento; aparecem na sequência da lista.
O Cadastro Ambiental Rural (CAR) foi criado a partir da reforma do Código Florestal, ocorrida em 2012, sendo uma plataforma digital no qual os donos de terras registram a composição de suas propriedades detalhando as áreas destinadas à preservação e as utilizadas em atividades econômicas. O instrumento, combinado à análise de imagens de satélite, deveria servir ao governo como forma de combate ao desmatamento ilegal. Mas o desmatamento continua ocorrendo devido à impunidade. (pulsar/brasil de fato)