Na última quinta-feira (27), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou a Metodologia para o Diagnóstico Social, Econômico e Cultural dos Atingidos por Barragens. O lançamento ocorreu em Brasília e contou com a participação do ministro da Secretaria Geral da Presidência da República (SGPR), Gilberto Carvalho, e da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
A metodologia é uma reivindicação do movimento e servirá para quantificar e qualificar a dívida social do Estado com as populações atingidas ao longo da história de construção das barragens no Brasil.
De acordo com o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea e coordenador do projeto, Eduardo Luiz Zen, esta metodologia pode servir para pressionar o Estado brasileiro. Até hoje não existe um levantamento oficial da quantidade de pessoas que foram expulsas devido à construção de barragens no país. Além disso, não há uma política que garanta o direito dessas populações, que é uma reivindicação histórica do MAB.
Também presente no lançamento, o ministro Gilberto Carvalho reconheceu que pouco se avançou na pauta dos atingidos durante os doze anos do governo petista, mas frisou a importância do documento. Segundo Carvalho, é necessário o fortalecimento dos movimentos sociais nos próximos anos.
A “metodologia” surgiu a partir da Jornada de Lutas de março de 2012, quando o MAB entregou uma pauta com quinze pontos de reivindicação à Secretaria Geral da Presidência da República (SGPR), entre elas a necessidade de construção de “uma metodologia para a realização do diagnóstico da dívida social do Estado Brasileiro com os atingidos, objetivando subsidiar ações para sua reparação”. (pulsar/mab)