Um dos maiores eventos nacionais de incentivo à agroecologia e ao plantio sem veneno acontece no Paraná entre os dias 20 e 23 de setembro. A décima sexta edição da Jornada de Agroecologia vai ser realizada na cidade de Lapa, a 70 quilômetros de Curitiba. São quatro dias de atividades variadas: todas gratuitas e abertas ao público, que devem reunir cerca de três mil pessoas.
Realizada desde 2002, a Jornada de Agroecologia é um evento anual, promovido por organizações e movimentos sociais do meio rural e urbano. Pesquisadores, estudantes e professores também participam da construção da atividade. Ceres Hadich, que integra a coordenação da Jornada, afirma que o evento é resultado de um processo de construção da agroecologia nas comunidades, assentamentos e territórios tradicionais do Paraná.
Quem vai à Jornada pode conferir produtos da reforma agrária, na Feira da Agrobiodiversidade Camponesa e Popular. Além disso, pode provar o gostinho que vem do campo no espaço ‘Culinária da Terra’. E as noites são regadas a dança e música camponesa e popular do Paraná.
O ‘Memorial de Luta e Resistência’ também deve reunir exposição de fotografias e de objetos que se tornaram símbolos na defesa de uma outra sociedade.
Além de debates relacionados a uma agricultura que respeite trabalhadores, consumidores e meio ambiente, os participantes da Jornada de Agroecologia também podem ter o contato com a prática. Na quinta-feira (21), intercâmbios e oficinas serão realizadas em comunidades que desenvolvem experiências agroecológicas na região. As temáticas são as mais diversas: desde oficina de bioenergia e biosaúde, até de criação de cabras ou do uso sustentável do bambu.
Neste ano, a Jornada homenageia o trabalhador rural sem-terra Valmir Mota de Oliveira, o Keno, assassinado há dez anos. Ele foi morto em 21 de outubro de 2007 por uma milícia armada, em um esquema organizado pela transnacional Syngenta Seeds e outros grupos ligados ao agronegócio. (pulsar/brasil de fato)