Em 2018, o lucro líquido da mineradora Vale foi de 25 bilhões de reais, um crescimento de 45,6 por cento em relação ao ano anterior, quando alcançou a casa dos 17 bilhões. Os resultados financeiros divulgados na última quarta-feira (27) não registram os impactos do rompimento da barragem da empresa no Córrego do Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais, no dia 25 de janeiro.
A tragédia que ocorreu há pouco mais de dois meses matou 216 pessoas. Segundo dados da Defesa Civil de Minas Gerais, outras 89 ainda estão soterradas. No documento, a companhia declara que os impactos do crime socioambiental serão contabilizados no primeiro trimestre de 2019.
Com uma capa cinza acompanhada de um fita preta de luto no canto direito, o relatório mostra que apenas no quarto trimestre do ano passado, a Vale lucrou 14 bilhões e meio de reais, alta de 472 por cento em comparação ao mesmo período de 2017. Em 2018, a empresa também atingiu o maior valor de mercado dos últimos sete anos, com valor aproximado de 300 bilhões de reais, ultrapassando o Itaú e a Petrobras.
Automatização da produção, precarização do trabalho e destruição do meio ambiente. Na opinião de Márcio Zonta, da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos pela Mineração (MAM), esses são os componentes centrais na estratégia global da Vale para a manutenção de seus lucros.
O coordenador do MAM opina ainda que, neste contexto, a segurança do trabalho e da saúde dos trabalhadores é totalmente secundarizada. Para além do crime em Brumadinho, de acordo com ele, 15 trabalhadores morreram esse ano em decorrência da atividade mineradora. (pulsar/brasil de fato)