Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam aumento de 40 por cento nos focos de queimadas e incêndios florestais no primeiro semestre de 2016, na comparação com o mesmo período de 2015. Até 21 de setembro foram identificados 120 mil 896 focos. A estiagem prolongada dos últimos dois anos, provocada pelo El Niño, fenômeno climático caracterizado pelo aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico, deixou a vegetação mais suscetível a incêndios.
Segundo o chefe do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos incêndios Florestais (Prevfogo), Gabriel Zacharias, mais de 90 por cento dos incêndios têm ação humana. Ele destaca que muitos casos envolvem o produtor que faz uma queimada no fundo do quintal e perde o controle do fogo, provocando incêndio gigantesco. Além deste tipo de caso, ocorrem também os incêndios dolosos, em áreas de conflito ou em florestas que serão transformadas em pasto.
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) alerta para o alto risco de queimadas e incêndios florestais de setembro a novembro. Nesse período, considerado crítico pelos especialistas, as áreas mais suscetíveis ao fogo podem ser ampliadas em razão da estiagem no sul da Amazônia e nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) fiscalizam queimadas criminosas e orientam produtores rurais sobre as melhores práticas de preparo da terra. O Prevfogo contratou, a partir de junho, 834 brigadistas, que estão atuando em 51 brigadas distribuídas por 18 estados, sobretudo no noroeste do país, fronteira do Cerrado com a Amazônia, no chamado arco do desmatamento.
O Prevfogo atua na prevenção e no combate aos incêndios florestais em todo o território nacional, o que inclui campanhas educativas, treinamento e capacitação de produtores rurais e brigadistas, monitoramento e pesquisa. (pulsar/portal amazônia)