A Bayer foi condenada nesta quarta-feira (27) por um júri nos Estados Unidos a pagar mais de 80 milhões de dólares em danos a um morador do estado da Califórnia que alega que o herbicida Roundup, produzido pela Monsanto, contribuiu para que ele desenvolvesse câncer.
O caso pode influenciar milhares de outros processos similares contra a companhia nos Estados Unidos. Adquirida pela Bayer no ano passado por 63 bilhões de dólares, a Monsanto enfrenta 11 mil e 200 casos similares na Justiça americana envolvendo o Roundup.
O júri ordenou que a Bayer pague a Edwin Hardeman, de 70 anos, uma quantia de cinco milhões de dólares em compensações, 75 milhões de dólares como punição e 200 mil dólares por despesas médicas depois de concluir que o Roundup foi fabricado defeituosamente, que a Monsanto não fez advertências sobre o risco apresentado pelo herbicida e que a companhia agiu de forma negligente.
Ao longo de anos, Hardeman usou produtos da marca para tratar carvalhos envenenados, ervas e outras plantas em sua propriedade em São Francisco. Segundo ele, o uso do produto levou ao desenvolvimento de um linfoma não-Hodgkin, um tipo de câncer que afeta as células do sistema imunológico.
O principal ingrediente da marca é o herbicida glifosato, amplamente utilizado ao redor do mundo, apesar de ter sido classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “provavelmente cancerígeno” em 2015.
A Bayer afirmou que, embora simpatize com a situação de Hardeman, vai recorrer.
No Brasil, o glifosato é amplamente empregado pelo agronegócio, principalmente nos plantios de soja e milho transgênicos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma que a substância não causa câncer, mutações, e não é tóxica para reprodução ou provoca malformação no feto. (pulsar/opera mundi)