O relatório final da reforma política, previsto para ser votado na comissão especial da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (15), não traz uma linha, sequer, sobre a necessidade de aumentar a representação das mulheres no Parlamento. Deputadas apontam que o modelo eleitoral chamado distritão, aprovado em destaque na semana passada, deve contribuir para a manutenção da exclusão.
A deputada federal Luiza Ferreira (PPS-MG) disse com relação ao modelo em vigor que as mulheres são maioria da população, no entanto são apenas 10 por cento da representação na Casa. Em entrevista ao repórter Uélson Kalinovski, para o Seu Jornal, da TVT, ela ressaltou ainda que com o distritão, a exclusão das mulheres deve ser ainda maior, bem como das demais minorias. Segundo Ferreira, os votos serão concentrados em grandes personalidades e em quem tem recurso para fazer campanha nos estados inteiros.
A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) defende que, no momento em que o texto da reforma for levado ao plenário da Câmara, seja colocada em votação a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 134/15 que reserva percentual mínimo de representação para mulheres.
Segundo a proposta, seriam garantidos a elas 10 por cento das cadeiras na primeira legislatura, 12 por cento na segunda e 16 por cento na terceira. Além disso, ao menos as bancadas de cada estado deveriam ter pelo menos uma mulher. (pulsar/rba)