Cubanos que integram o programa Mais Médicos receberam uma orientação do país caribenho e deixaram de atender pacientes na terça-feira (20) em alguns municípios. Na segunda (19), representantes do Brasil, de Cuba e da Organização Pan-Americana da Saúde, que intermediou o contrato entre os dois países, se reuniram em Brasília e decidiram que os médicos cubanos deixarão gradualmente o programa até 12 de dezembro.
Na terça-feira, médicos cubanos começaram, no entanto, a informar às secretarias municipais de saúde e a outros agentes das Unidades Básicas de Saúde onde trabalham que devem parar o atendimento imediatamente.
O Ministério da Saúde publicou nesta terça-feira o edital para convocar médicos brasileiros para as vagas até agora ocupadas por cubanos. O processo deve se estender, ao menos, até o começo de dezembro.
Em Arroio do Padre, no Rio Grande do Sul, há apenas uma equipe de atendimento em saúde da família. Uma cubana, Diamaris Suarez, era a responsável pelo serviço. Ela fazia, entre outras tarefas, visitas a residências de moradores da região, acompanhava o quadro dos pacientes, principalmente os com hipertensão e que necessitam de medicamentos.
“O nosso atendimento básico de saúde fica prejudicado porque não tem ninguém para colocar no lugar dela. Temos médicos plantonistas, mas eles tratam da doença do dia, e não do acompanhamento médico. Enquanto ela não for substituída, ficaremos sem esse serviço”, disse a secretária municipal de saúde de Arroio do Padre, Letícia Baschi.
A cidade gaúcha está na lista dos municípios mais afetados com a saída de Cuba do programa Mais Médicos, decisão comunicada pelo governo em Havana diante de novas exigências feitas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro.
O levantamento foi feito pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde e inclui regiões onde há apenas cubanos atuando na atenção básica à saúde ou na área de saúde da família. (pulsar/carta capital)