Fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgataram 17 trabalhadores que atuavam no Rock in Rio em situação análoga à escravidão. A operação ocorreu no último domingo (27), envolvendo vendedores da empresa Batata no Cone, que comercializavam batatas fritas na multidão. Segundo auditores do MTE, a empresa Rock World, promotora do festival, é igualmente responsável pela situação, de acordo com a legislação vigente sobre o assunto.
De acordo com a auditora-fiscal do trabalho Márcia Albernaz de Miranda, o Ministério Público do Trabalho deve firmar um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) ou mover uma ação civil pública.
Coordenadora do projeto Trabalho Escravo Urbano no Rio de Janeiro, Márcia Miranda disse que alguns trabalhadores praticamente pagavam para trabalhar, “pois os ganhos que tiveram foram inferiores ao dinheiro que gastaram para se sustentar”.
Segunda ela, são trabalhadores vulneráveis, pois muitos são de outros estados. “Eles ficaram alojados em uma favela vizinha ao Rock in Rio. Alguns dormiam no chão, sem condições sanitárias e asseio. Foi cobrado de cada um 200 reais por semana. Um dos trabalhadores ganhou cerca de mil reais, mas, no fim, fazendo as contas do que ele gastou com passagem de ônibus, alojamento, alimentação, água potável e atestado de saúde ocupacional, saiu devendo mil 580.”
Conforme os fiscais do MTE, os trabalhadores ganhavam dois reais por cada cone vendido a 14 reais, mas se voltassem com algum tinham de pagar. Outra denúncia é que os documentos de identidade e trabalho deles ficaram retidos com a empresa. Eles trabalhavam de duas da tarde à meia-noite e meia.
Nesta segunda-feira (28) foram feitos a rescisão de contratos e o pagamento de verbas indenizatórias, além da entrega das guias de seguro desemprego aos trabalhadores resgatados. (pulsar)
*Com informações da Agência Brasil