Um novo relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) revela que os esforços da comunidade internacional para diminuir a fome no mundo não estão dando muito certo. Em 2015, o órgão informou que 80 milhões de pessoas sofriam de insegurança alimentar no mundo. Agora, no relatório divulgado na última sexta (31), em Bruxelas, Bélgica, contabiliza que, em 2016, 108 milhões sofrem com a fome no mundo.
O número indica que, a cada hora, em todo o mundo, 3 mil e 200 pessoas vêem a sua situação alimentar agravada de uma forma que correm risco de morte. As causas principais da fome, de acordo com o relatório que contou também com a colaboração da União Europeia e da UNICEF, estão ligadas à dificuldade de produção de alimentos dados os múltiplos conflitos armados em vários territórios, ao aumento dos preços dos alimentos nos mercados locais e fenômenos meteorológicos como o El Niño.
O assessor principal da FAO para as estratégias de resiliência, Luca Russo, destaca que em 2016, os conflitos foram o fator determinante em 10 das 13 piores crises humanitárias mundiais, o que coloca em relevo o estreito vínculo entre a paz e a segurança alimentar.
Sem uma paz duradoura, territórios como o Sudão do Sul, Somália, Iémen, ou Nigéria, correm o risco de que as crises alimentares sejam cada vez mais prolongadas e complexas, conclui o relatório.
Entre os países mais recentes a solicitarem ajuda internacional urgente estão também o Iraque, a Síria e os seus refugiados, além do Mali e do Zimbabue. (pulsar/vice)