Favela Olímpica é um documentário sobre a batalha dos moradores da pequena favela Vila Autódromo, perto do Parque Olímpico Rio 2016, e a prefeitura do Rio de Janeiro. O filme inicia dois anos antes dos Jogos Olímpicos de 2016, e mostra a longa história de resistência da comunidade contra a ânsia das autoridades em remover os moradores e suas casas. No Brasil, o lançamento oficial será na 41ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, de 19 de outubro a 1 de novembro de 2017.
Os moradores da Vila Autódromo expressam suas vozes ao longo do filme, assim como arquitetos da Rio 2016 e o ex-prefeito do Rio, Eduardo Paes. Através do filme, seu escritor e diretor, o suíço Samuel Chalard, mostra com sucesso o terrível impacto de megaeventos como os Jogos Olímpicos, questionando sua própria estrutura lógica, com a Vila Autódromo infelizmente fornecendo um claro estudo de caso.
As imagens do filme foram captadas principalmente na Vila Autódromo, mostrando imagens chocantes antes e depois do processo de remoção. Das 700 famílias que viviam originalmente, apenas 20 conseguiram permanecer e agora vivem em casas brancas idênticas construídas pela prefeitura. As casas originais foram destruídas uma após a outra durante vários anos.
Algumas cenas são particularmente dolorosas de assistir. O confronto violento entre a polícia e os moradores em junho de 2015 terminou nos jornais do mundo inteiro com a imagem do rosto de Maria da Penha, a Dona Penha, totalmente ensanguentado. Além disso, a triste imagem da destruição de algumas casas, como a de uma das mais dedicadas resistentes de longa data, Jane Nascimento, retirada através de decreto.
O filme termina com imagens emocionantes de Luiz, marido de Penha e professor de educação física, refletindo sobre os Jogos Olímpicos e seus valores. (pulsar/rio on watch)