Integrantes da Defensoria Pública e das Comissões de Direitos Humanos da OAB e da Assembleia Legisaltiva do Rio de Janeiro estiveram no Complexo do Alemão para verificar as denúncias de moradores de que policiais estão usando suas casas como base de observação no combate aos traficantes.
A polícia argumenta que as casas estão vazias e ficam em locais estratégicos para o combate ao crime. O grupo conversou com moradores e diversos deles aparecem em um vídeo gravado pela Defensoria e transmitido pelas redes sociais afirmando que as casas onde moram foram ocupadas pela PM e, em algum casos, os policiais permanecem há mais de 15 dias. Os órgãos defendem a saída imediata dos militares das residência e reforçam que, há mais de dez dias, os moradores tem feito boletins de ocorrência e denúncias à Corregedoria de Polícia Militar, sem retorno.
O comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) de Nova Brasília, major Leonardo Zuma defendeu a utilização de imóveis vazios enquanto a polícia não conclui a construção de uma base própria no Complexo. Mas,de acordo com a Defensoria, o que a policia considera como imóveis vazios, na verdade são lajes ou pavimentos em construção de casas ocupadas. A Defensoria já entrou em contato com o comando da UPP para que os policiais deixem as casas dos moradores, mas não descarta ações judiciais de reintegração de posse se forem necessárias.
A Comissão de Direitos Humanos da OAB identificou ainda moradias com paredes perfuradas para que os PMs consigam se esconder e posicionar suas armas. O grupo também denunciou que sofreu intimação dos agentes, que teriam disparado diversas vezes para o alto para tentar interromper a visita. O órgão já remeteu o caso para investigação do Ministério Público do Estado. (pulsar)
*Informação da Radioagência Nacional