Mais de 70 por cento das mulheres que utilizam a internet no mundo já sofreu algum tipo de violência “online”, é o que revela um relatório da Comissão de Banda Larga das Nações Unidas. O documento indica que as jovens entre 18 e 24 anos são as maiores vítimas de perseguições e de assédio sexual nas redes sociais e muitas sofrem ameaças físicas.
Segundo o relatório, nos países da União Europeia, cerca de nove milhões de mulheres já passaram por alguma forma de violência “online”, algumas aos 15 anos de idade. O relatório aponta, no entanto, que entre 86 países investigados, apenas 26 por cento têm medidas judiciais apropriadas para reverter o quadro, salientando que uma entre cinco utilizadoras da internet vive em países onde casos de assédio e abuso por essa via não são punidos pelas autoridades.
Durante a apresentação do relatório, a administradora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Helen Clark, mencionou “evidências de que o volume e o conteúdo de material na Internet que promove o tráfico humano com o propósito da exploração sexual não tem precedentes”.
De acordo com Clark, a dimensão do desafio é clara e indica que 70 por cento das pessoas traficadas no mundo são mulheres ou meninas, 97 por cento das quais são exploradas sexualmente.
A internet já é considerada por especialistas como o principal meio de disseminação de material de pornografia infantil. O relatório do grupo de trabalho das Nações Unidas alerta para a necessidade de mais investimento para prevenir a violência cibernética. (pulsar/geledés)